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Revolução no mercado editorial: como a NFT fará escritores ricos

Por Carla Saldanha

A transformação de livros em tokens não fungíveis (NFTs) está revolucionando a indústria editorial, oferecendo novas oportunidades para os autores maximizarem seus lucros e alcançarem um público mais amplo. Neste artigo, vamos explorar como os autores podem aproveitar essa tendência promissora, destacando os benefícios e os casos de sucesso recentes.

Antes de mais nada vamos explicar o que é NFT: NFT é a sigla para Non-Fungible Token, ou Token Não Fungível em português. Ao contrário das criptomoedas tradicionais, como o Bitcoin e o Ethereum, que são fungíveis e podem ser trocadas por outras unidades idênticas, os NFTs são únicos e representam propriedade exclusiva sobre um determinado item ou obra digital. Eles são baseados na tecnologia blockchain, que garante a autenticidade, a segurança e a rastreabilidade desses ativos. Os NFTs têm o poder de transformar a propriedade de ativos digitais, desde arte e música até vídeos e itens colecionáveis e livros. Ao criar um NFT, os criadores podem estabelecer a autenticidade e a propriedade exclusiva de suas obras. Uma das partes mais empolgantes de transformar seu livro em NFT está na possibilidade de revenda. Depois de adquirir um NFT, o proprietário pode decidir colocá-lo para revenda, criando um mercado semelhante às livrarias usadas, mas online. Essa é uma vantagem significativa em relação aos livros impressos, pois os autores e outras partes envolvidas podem continuar a receber uma porcentagem dos royalties dessas revendas, por toda a eternidade. É um fluxo contínuo de receita que se estende além da venda inicial do livro.

Editoras renomadas estão reconhecendo o potencial dos NFTs. Um exemplo é a Pearson, importante editora de livros didáticos, que planeja lucrar com as vendas de segunda mão, transformando seus títulos em tokens não fungíveis. Após a divulgação dos resultados preliminares da empresa, o CEO Andy Bird revelou sua estratégia de transformar os livros didáticos digitais em NFTs, oferecendo à editora a capacidade de rastrear a propriedade de um livro mesmo quando ele é transferido para diferentes mãos, de acordo com um relatório da Bloomberg. Bird explicou que, no mundo analógico, um livro didático da Pearson era revendido várias vezes, mas a editora só lucrava com a primeira venda. No entanto, com tecnologias como blockchain e NFTs, agora eles têm a oportunidade de participar de todas as vendas daquele item específico ao longo de sua vida. Essa abordagem revolucionária permite que a Pearson aproveite o potencial financeiro de cada revenda e estabeleça uma conexão direta com os proprietários subsequentes, ampliando o alcance de suas obras e maximizando o valor dos livros didáticos digitais.

Um caso de sucesso notável é o da Book.io, uma startup editorial, que conseguiu arrecadar impressionantes US$ 2,5 milhões em vendas com seus 66 lançamentos de livros nos últimos 9 meses. Esse projeto, que começou como uma coleção de textos clássicos, atraiu a atenção de editoras e autores que agora estão explorando as possibilidades dos NFTs para impulsionar suas vendas e ampliar seu público. Através de sua tecnologia proprietária chamada Decentralized Encrypted Assets (DEAs), eles estão colocando ebooks e audiolivros no blockchain. Como já explicado, ao contrário do modelo de licenciamento tradicional, os leitores agora têm a possibilidade de possuir seus livros digitais e até mesmo vendê-los, criando assim um mercado secundário dinâmico.

Outro exemplo empolgante é o romance “Pure” da renomada autora de ficção científica japonesa Miyuki Ono, que está sendo reeditado como um romance NFT original para lançamento no mercado OpenSea. As expectativas são altas, prevendo-se que essa iniciativa renda mais de 100 mil dólares. Isso demonstra como os NFTs podem agregar valor e exclusividade às obras literárias, atraindo colecionadores e entusiastas.

A transformação de livros em NFTs oferece aos autores uma nova forma de monetizar suas obras e alcançar um público.

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